Lisboa.Vendedeira de figos, Joshua Benoliel, 1912. Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa |
Veem, ainda fusque fusque, da Outra banda, no primeiro bote de carreira, com os seus grandes cestos. Apparecem no caes de Cacilhas de noite ainda, e vão ellas próprias muitas vezes accordar os barqueiros e avisal-os de que já se avista a manhã.
Lisboa.Vendedeira de figos, Joshua Benoliel, 1912. Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa |
São, em geral, raparigas fortes, esbeltas; um pouco ariscas, como dizem, os saloios, da terra que é secca e solta.
Lisboa.Vendedeira de figos, Joshua Benoliel, 1912. Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa |
Debalde os barqueiros se estafam em finezas e lhes juram emquanto remam que depois de acabar a lua são ellas a estrella d'alva: nem lhes dão um sorriso, nem um figo.
Lisboa.Vendedeira de figos, Joshua Benoliel, 1912. Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa |
Essa mesma rebeldia os seduz, e ainda mais porfiam em as alcançar, esperando-as sem somno á hora em que ellas voltam da Sobreda, do Monte, de Caparica, de Valmourellos. (1)
(1) JuIio César Machado, Lisboa na rua
cf. Alberto Pimentel, A Estremadura portuguesa, Volume II, Lisboa, Empreza da História de Portugal, 1908, 539 págs.