Vista do Tejo tomada do palácio da embaixada de França, Joseph Fortuné Séraphin Layraud, 1874. Image: Musée Saint-Loup, Troyes, no flickr |
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
Vista de Lisboa tomada da margem esquerda do Tejo, Joseph Fortuné Séraphin Layraud, 1874. Image: Musée Saint-Loup, Troyes, no flickr |
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
D. Maria Pia de Sabóia, Palácio Nacional da Ajuda. Image: Wikipédia |
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
Família real portuguesa em Queluz, Palácio Nacional da Ajuda, 1876. Image: Wikipédia |
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
A manhã seguinte, Joseph Fortuné Séraphin Layraud, 1884. Imagem: LAPHAM'S QUARTERLY |
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O artista no seu estúdio, 1899. Imagem: artnet |
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele. (1)
(1) Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos — Poema XX"
Informação relacionada:
Catalogue des tableaux exposés au Musée de Troyes fondé et dirigé par la Société académique de l'Aube (1907)
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