Lisboa. Vista panorâmica (8049 ed. desc.). Delcampe |
Ah, como pude eu pensar, sonhar aquelas coisas?
Que longe estou do que fui há uns momentos!
Histeria das sensações — ora estas, ora as opostas!
Na loura manhã que se ergue, como o meu ouvido só escolhe
As coisas de acordo com esta emoção — o marulho das águas,
O marulho leve das águas do rio de encontro aos cais...,
A vela passando perto do outro lado do rio,
Os montes longínquos, dum azul japonês,
As casas de Almada,
E o que há de suavidade e de infância na hora matutina!... (1)
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(1) Álvaro de Campos, Ode marítima, 1ª publ. in Orpheu, nº2. Lisboa: Abr.-Jun. 1915
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