sábado, 30 de outubro de 2021

Canoa...

Canoa de vela erguida
Que vens do Cais da Ribeira
Gaivota, que anda perdida
Sem encontrar companheira


Canoa afundada, Adriano Costa, 1923.
Museu de Lisboa

O vento sopra nas fragas
O Sol parece um morango
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango


Canoa
Conheces bem
Quando há norte pela proa
Quantas docas tem Lisboa
E as muralhas que ela tem

Canoa
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais


Canoa de vela panda
Que vens da boca da barra
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra




Teu arrais prendeu a vela
E se adormeceu, deixa-lo
Agora muita cautela
Não vá o mar acordá-lo


Canoa
Conheces bem
Quando há norte pela proa
Quantas docas tem Lisboa
E as muralhas que ela tem


Canoa, por onde vais?
Quando há norte pela proa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais

Canoa, por onde vais?
Quando há norte pela proa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais (1)


(1) Canoas do Tejo, Frederico de Brito, Carlos do Carmo

Informação relacionada:
Barcos miúdos de Lisboa

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