sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Almada, a propósito de Nogueira da Silva (II de II)

Estamos em 1868, em Lisboa. A época não é das mais propícias ao florescimento das artes, o que ninguém deve estranhar, porquanto impera um gosto acentuadamente provincial nos costumes, nos trajos, no jornalismo, nos interiores das casas, no teatro, na literatura, em toda a vida citadina. 

Lisboa vista do Pragal, na Outra-Banda, gravura, Nogueira da Silva, 1858.

Não interessa averiguar se este gosto é bom ou mau. Os vindouros que se deem, querendo, a esse trabalho crítico, aliás desprovido, quanto a nós, senão de significado, pelo menos de eficácia. O que dá encanto e razão de ser às modas e aos estilos de vida social, é justamente aquilo que melhor distingue as épocas umas das outras:  quase sempre; os traços mais exorbitantes, os pormenores mais caricatos. 

Quem sabe se no século XX, por exemplo (aí por 1946) as lisboetas elegantes não se atreverão a exibir uma indumentária mais aparentemente ridícula do que esta, em uso nos nossos salões e avenidas?... Todas as épocas têm os seus grotescos, as suas manias, os seus telhados de vidro. E é isso mesmo que lhes confere, meu caro leitor, nitidez, graça, distinção. 

Panorama n.° 30, 1946

Mas íamos dizendo que estamos em 1868  exactamente no dia 13 de Março. Como densa e escura núvem que de súbito cobrisse uma paisagem primaveril, acaba de espalhar-se pela cidade a notícia da morte de Nogueira da Silva. O leitor não ignora, decerto, de quem se trata, nem quanto o país fica devendo ao fino espírito, ao poderoso talento e à infatigável capacidade de trabalho do malogrado artista que esse nome usou:  nem mais nem menos do que centenas de admiráveis desenhos e gravuras em madeira.

Sim, muitas centenas! Paisagens, retratos, composições livres, ilustrações, caricaturas, cópias rigorosas (e quantas de inestimável valor documental!) de monumentos arquitectónicos, de esculturas, de peças de ourivesaria, de tábuas e azulejos dispersos pelo país - tudo atraía e impressionava a sensibilidade plástica de Nogueira da Silva, e era por ele interpretado ou transposto para o papel e a madeira com uma destreza inexcedível e uma graça inimitável.

Panorama n.° 30, 1946

Merecia a pena que alguém, algum dia, preenchesse os lazeres de umas férias com o benemérito labor de contar e classificar esses trabalhos, insertos na "Revista Popular", no "Jornal para rir", nas "Celebridades contemporâneas" e, principalmente, nos numerosos volumes do "Archivo pittoresco".

Claro está que nem todos os desenhos e gravuras do ilustrador das Obras completas de Nicolau Tolentino têm o mesmo interesse, a mesma altura.

Panorama n.° 30, 1946

Deve mesmo dizer-se, por respeito à verdade e à sua memória, que as produções de Nogueira da Silva são de irregularíssima qualidade. Nem todos os géneros se quadravam à sua vocação e ao seu temperamento. 

Na interpretação da figura, por exemplo (e particularmente no retrato) foi, por vezes, deplorável. No entanto, não era por gosto de contrariar-se nem por doentia atracção abísmica que o artista insistia nesse cultivo; - era, sem nenhuma dúvida, por mera necessidade, por obrigação profissional. 

Panorama n.° 30, 1946

Aqui temos um traço bem distinto da personalidade de Nogueira da Silva: num país em que são raros os artistas profissionais, e sobretudo na sua época, ele nada tinha de amador. Quem sabe, mesmo, se não terá sido o primeiro desenhista português verdadeiramente profissional  menos livre do que nenhum outro de satisfazer os imperativos do seu temperamento, mais vítima da fatalidade de ser "pau para toda a obra?"

A infelicidade obstinou-se em perseguir e ensombrar a sua estrela, que tinha brilho bastante para resplandecer no pardo firmamento da arte nacional. Quase não houve revez que não o afligisse, injustiça que não o ofendesse, miséria que não o ameaçasse.

Panorama n.° 30, 1946

Desde a incompreensão paterna à quase cegueira, desde a fome ao vexame de ser acusado de curandeiro, Nogueira da Silva conheceu e suportou, com um estoicismo exemplar, as maiores adversidades - inclusivê a de ter prestado as melhores provas num concurso para a regência da cadeira de Desenho da Escola Politécnica, e ficar aguardando ein vão (por razões que nunca se chegaram a apurar) a decisão do juri...

A arte venceu, mais uma vez, mas também mais uma vez saíu mal-ferida da batalha. As mutilações que sofreu esta forte e singular personalidade, são. bem notórias e confrangedoras. No entanto, cabe ao laborioso artista o mérito de ter reformado e desenvolvido, entre nós, a gravura em madeira, até então só apreciàvelmente cultivada por Manuel Maria Bordalo Pinheiro e José Maria Batista Coelho.

Vista de Almada tomada do Campo de S. Paulo, Nogueira da Silva, grav. Coelho Junior, 1859.
Archivo Pittoresco, Hemeroteca Digital

É aí, repetimos, que se encontra o maior número de trabalhos de Nogueira da Silva, atestando, além da espantosa multiplicidade do seus recμrsos técnicos, a penetrante acuidade do seu espírito de observação e o afinado gosto do seu humorismo  virtudes às quais não foi estranha a influência dos mais famosos desenhadores e gravadores franceses contemporâneos, sobretudo de Gavarni. 

Panorama n.° 30, 1946

Como ilustrador, julgamos possível e justo que algum cronista do próximo século (aí por volta do ano de 1942...) afirme que o volume das Obras completas de Nicolau Tolentino é "uma das raras edições portuguesas do século XIX que, não sendo classificável como livro de arte  por excesso de tiragem e modéstia de materiais  é, todavia, um espécime perfeito de livro ilustrado. Pois onde se vê, como nele, uma harmonia tão grande entre o espírito do autor e dp ilustrador da sua obra?" 

— "Nogueira da: Silva não ilustrou mais nenhum livro. Sete anos depois, morreu. Faz de conta que tivemos dezenas de Nogueiras da Silva. Vale lá a pena recordar o seu nome?"


Panorama n.° 30, 1946

Como caricaturista, Francisco Augusto (iamo-nos esquecendo de dizer que eram estes os seus prenomes) foi dos mais engraçados que desde sempre se contam na história da arte nacional. O "D. Quichote" do século XIX e muitas das caricaturas que publicou  acompanhadas de biografias, crónicas e legendas humorísticas da sua autoria  nas "Celebridades contemporâneas", no "Jornal para rir", no "Archivo pittoresco" e noutros periódicos da época, deram brado e fizeram escola. 

A ironia do seu traço, apontada aos ridículos da baixa burguesia, aos narizes-de-cera, às vaidades balofas, era por vezes contundente, mas nunca grosseiramente ofensiva. É que o seu humor provinha menos de ressentimentos, do que de uma visão mais evoluída, ·mais urbana dos homens e das coisas.

Panorama n.° 30, 1946

Nogueira da Silva foi um artista da cidade. Por isso lhe repugnava, mais do que tudo, o "arrivismo", o recem-chegadismo provinciano. E afinal, feitas bem as contas, talvez tenha sido essa pecha da vida portuguesa — tão evidentemente acentuada no seu tempo — a causa fundamental das suas vicissitudes.


(Conforme com o original).

CARLOS QUEIROZ (1)


(1) Panorama n.° 30, 1946

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Almada, a propósito de Nogueira da Silva (I de II)

Fica esta villa fronteira á cidade de Lislooa na outra margem do Tejo. São duas irmãs apartadas que folgam de se estar vendo, assentadas no alto uma e outra e ambas namoradas dos navios que vêm de todo o mundo, rio acima, lançar ferro por entre ellas.

Vista de Almada tomada do Campo de S. Paulo, Nogueira da Silva, grav. Coelho Junior, 1859.
Archivo Pittoresco, Hemeroteca Digital

Lisboa, a morgada, não tem mais escondida, em sombra e fabulas a sua origem, de que. Almada a sua. 

Sôa porém, e se crê, haver esta sido fundada imoles inglezes de Guilherme de Longa-espada, do quem D. Afonso. Henriques se ajudou no arrancar Lisboa oro mouros; e que nome de Amada lhe ficara por corrupção de Vimadel; que na linguagem de então significava povoado grande; nome que da terra se pegou a um nobre seu morador, de quem descende, ao que rezam genealogicos, a esclarecida familia dos Almadas; ainda que outros querem que Almada se appellidasse o sitio, por ser esse. ou com esse parecido, o nume de um arabe (Almades ou Almadão) que alli dominava. 

Conjectura-se todavia que a primeira fundação do logar fôra muito mais antiga, existindo já elle em tempo dos romanos dos romanos com a denominação Caetobrix ou Caetobrica. 

Em nossos dias, na guerra civil em que se pleitearam e sentenciaram a final os direitos da dinastia representou Almada e Cacilhas, que sob dois nomes são uma e mesma povoação, um papel que a historia, seja quem for que a escrever, ha de sempre qualificar por guapamente heroico: d'alai arrancou vôo de águia sobre Lisboa o duque da Terceira, coroando-se com a mais brilhante fortuna a temeridade mais inaudita. 

Ares puros, aguas doces e salubres, abundância de todo o necessario, prospectos infindos terras e mar, tornam Almada sitio mui cobiçado para saude e para regalo, é para as calmas do verão um suplemento de Cintra, se o póde haver, e com duas vantagens: a da economia e da facil e continuada comunicação com Lisboa, por via dos vapores que sem descanso, vão e vêm.

Possue também a sua gloria literária: alli nasceu, viveu, se finou, e jaz sepultado o nosso poeta latino Diogo de Paiva de Andrade. (1)


(1) Archivo Pittoresco n.° 37, 1859

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Ao juiz de fora em Almada, José Barbosa de Carvalho

Ao procedermos a uma busca no arquivo dos recolhimentos da Capital, instalado no recolhimento da Rua da Rosa, encontrámos lá vários documentos que pertenceram ao Dr. José Barbosa de Carvalho, que foi, primeiramente, juiz de fora em Almada, desde 18 de Agosto de 1755 (data do decreto do nomeação), até 24 do Janeiro do 1760 [...]

Vista de Lisboa tomada de Almada, século XVIII.
Museu da Cidade de Lisboa

Prisão de malfeitores por ocasiao do terremoto de 1755

Num ofício, datado de 4 de ,Novembro de 1755 e assinado por Sebastião José de Carvalho o Melo, recomendou-se ao juiz de fora de Almada que examinasse todos quantos passassem pelas terras da sua jurisdição e lançasse mão de todos os viandantes que se não legitimassem.

Marquês de Pombal, Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet, 1767.
Imagem: Oeiras com História

A necessidade desta diligencia vem explicada no começo do oficio nestes termos: 

"Na cidade de Lisboa se espalhou  hum grande numero de ladroens tão deshumanos, e sacrilegos que abusando da calamidade coco que Deos Senhor Nosso nos avisou no dia Primeiro do corrente, acrescentaram a consternação do Povo justamente espavorido persuadindo-o a que se retirasse para longe porque se mandava bombear a cidade, para no abandono em que a puzeram com estas vagas vozes cometterem a seo salvo os muitos, roubos, e sacrillegios, com que despojaram as casas, e os Templos: passando pra essas partes carregados dos mesmos roubos e sacrillegios".

Mantimentos para os povos da Outra-banda e regulamentaçno dos preços das embareaçoes, por ocasião do terremoto

Num oficio datado de 7 do Novómbro do 1755, comunica Sebastião José de Carvalho o Melo (que o assina), ao juiz do fora de Almada, que S. M. tendo ficado muito sensibilizado com a notícia dos estragos causados polo terremoto naquela vila, mandava dizer, polo que respeitava a mantimentos, que êle podia fazer publicar não só na vila, como em todo o sou termo, que, desde o Terreiro do Paço até a Ribeira, se achava estabelecida uma feira abundantíssima do tudo o que era necessário. 

Alegoria ao Terremoto de 1755, João Glama Strobërle (1708–1792).
Wikipédia

Neste documento diz-se que com êle seguia um edital relativo aos barqueiros por ter sido S. M. informado que êles tinham vexado os povos com exorbitâncias, e impedido o comércio humano.
Barcos caellheiros para transporte da Familia Rial, e dos coches, para a Outra-banda

Cada vez que a Família Rial tinha do atravessar o Tejo, o que sucedia freqhentemente, era pelo poderoso ministro do El-Rei D. José expedido um ofício ao juiz de fora de Almada em que lhe ordenava que a certa hora tivesse prontos em determinados sítios da margem direita uns tantos barcos cacilheiros para conduzirem para a margem oposta não só as pessoas riais, como os coches, a acharia, criados, etc., os quais deveriam ser entregues ao Sargento-mor Pedro Teixeira, o conhecido amigo e criado do Soberano, a quem ora sempre cometido o encargo de dirigir os carregamentos.

Acerca do sitio em que se fazia o embarque encontram-se nos oficios as seguintes indicações:

no de 23 de Janeiro de 1756: 17 barcos, no dia seguinte, na "praia da Junqueira";
no do 15 de Maio do 1756: na "praia da Junqueira";

Vista e perspectiva da Barra Costa e Cidade de Lisboa (detalhe 6/9),  Bernardo de Caula, 1763.
Biblioteca Nacional de Portugal

no do 29 do Novembro de 1756: 14 barcos no sítio do "Cais do Carvão, junto às Gallés" [conf. Visconde de Castilho: A Ribeira de Lisboa, p. 181. No mesmo livro, a p. 116, diz-se que "O Caes do Carvão, com seu armazem para deposito dessa negra mercancia, era entre dos feio e lugubre". Não se compreende, por isso, como a Familia Rial lá ia embarcar, como se depreendo não só deste ofício, como dum outro adiante citado], de sorte que lá estivessom o mais tardar até a meia-noite do próprio dia à ordem do Pedro Teixeira;

Vista e perspectiva da Barra Costa e Cidade de Lisboa (detalhe 8/9),  Bernardo de Caula, 1763.
 Biblioteca Nacional de Portugal

no de 2 do Dezembro do 1756: 12 barcos cacilheiros, na "praia da Junqueira, onde se costumam embarcar as equipagens de S. M.";
no do 8 de Janeiro do 1757: 28 barcos para servido da repartição das riais cavalariças, na "praia da Junqueira";
no do 17 de Novembro do 1757: 11 barcos cacilheiros para a "ponte da Junqueira";
no do 10 do Dezembro do 1757: mandam-se vir barracas do Porto Brandão para a "ponte da Junqueira"; no do 30 do Dezembro do 1757: ordenou Sebastião José de Carvalho ao juiz do Almada que no Domingo, 1.° de Janeiro. de 1758, enviasse 28 barcos cacilheiros para a praia do Forte.da Junqueira, onde deverão estar ao meio-dia. No dia 15 tornaria o mesmo juiz a mandar igual número do barcos ao mesmo sitio, à ordem de Pedro Teixeira;
no de 12 do Dezembro do 1758: 16 barcos cacilheiros, que .deveriam vir sem falta na noite do mesmo dia "portar no Cais do Carvão, junto à fundiçao, onde ordinariantente costumão vir em semelhantes ocasiaens".

Diligência Importante, cometida ao Juiz de fora de Almada (Relacionada com a prisão do Duque de Aveiro) 

"S. Mag.de. he servido, que v. m. na mesma hora, em que receber este Aviso, sem a menor interrupção do tempo passe dessa Vila de Almada ao Porto de Cassilhas com toda a diligencia; e que nelle suspenda v. m. o dezembarque de todas, e quaesquer Pessoas, que ali portarem, de qualquer estado, condição, e qualidade, que sejão, sem excepção algūa; não lhes permittindo de alguma sorte, que possão sahir das embarcação, em que chegarem, desde as seis horas da madrugada athé as quatro da tarde do dia de amanham: E tendo v. m. entendido, que ao tempo, em que permittir os dezembarques, por ser chegada a referida hora; deve dar geral busca á todas as referidas Pessoas; e deve sequestrarlhes, e remetter logo segueos á esta secretaria de Estado todos os Papeis, o cartas, que forem sachados; os quais serão restituidos pela māo de v. m. ás Pessoas, áquem se apprehenderem, depois de se haver nelles feito hua diligencia muito importante para o serviço de deos, e de S. Mag.de"


"Desta forma morreram justiçados...", retrato simbólico do acto da execução dos Távoras.
Biblioteca Nacional de Portugal

"O mesmo Senhor ordena outrosim, que no cato, em que não só no espaço do tempo acima referido, mas ainda depois delle, por todo o sobredito dia, e noite, e pelo dia proximo seguinte, chegue ao caes do mesmo Porto qualquer embarcação, que não seja a publica, o da carreira ordinaria; a qual leve algum passageiro particular; v. m. faça logo apprehensão nello immediatamente, e nos Papeis, e Cartas, que lhe forem achados; mandando-os v. m. acargo de Pessoas seguras entregar na minha mão, ao tempo, em que os for descobrindo sem dilação algūa, para serem logo prezentes á S. Mag.de que ha por muito recomendado á v. m. tudo o referido, debaixo da certeza de que qualquer inesperada omissão, que houvesse aos ditos respeitos poderia ser de grande desserviço das duas Magestades, Divina, e humana. 
Deos guarde a v. m. 

Bellem a 12 de Dezembro do 1758
S.or Juiz de Fora do Almada. 

Thomé Joachim do Costa Corte R.l"

À margem tem mais o seguinte:

"P. S. A ordem retro não comprehende o Ministro, ou Ministros, ou officiaes de guerra, que poderão passar o Rio encarregados de algumas diligencias do Real serviço: Aos quais sómente ordena S. M. que v. m. deixe livremente dezembarcar com os officiaes do justiça, e soldados, que os acompanharem". 

Na mesma data foi dirigido um Aviso aos oficiais de justiça, da guerra, auxiliares e ordenanças para que dessem no juiz do fora de Almada todos os auxílios e socorros que ele lhes declarasse serem-lho necessários para a execução do certas diligências do serviço de Deus e de S. Majestade, e de que se achava pelo dito senhor encarregado no porto de Cacilhas e suas vizinhanças. (Êste documento tem um sêlo do lacre com as armas riais).


Villa Nogueira (Azeitão), Antigo Palácio dos Duques de Aveiro.
Fundação Portimagem

Tendo sido no dia 13 de Dezembro do 1758, do madrugada, que se efectuou a prisão do Duque de Aveiro, em Azeitão, nenhuma dúvida pode haver acerca do fim desta diligencia no pôrto do Cacilhas, ordenada no dia 12 do mesmo mês: Sebastião José do Carvalho, querendo impedir que o Duque lho escapasse das mãos, quando estava prestes a segurá-lo, cercou-o cuidadosamente. 

Junqueira, Maio de 1919. 
Arthur Lamas. (1)



(1) O Archeologo Portuguez