Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no céo eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
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| Rainha D. Estefânia, Karl Ferdinand Sohn, 1860. Imagem: Palácio Nacional da Ajuda |
Se lá no assento ethereo, onde subiste,
Memoria desta vida se consente,
Não te esqueças de aquelle amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.
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| Paço Real do Alfeite, Aguarela, Enrique Casanova Imagem: |
E se vires que póde merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remedio, de perder-te;
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| D. Pedro V, William Corden sobre original de Winterhalter. Imagem: Palácio Nacional da Ajuda |
Roga a Deos que teus annos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou. (1)
(1) Obras Completas de Luiz de Camões... Tomo I, Parnaso..., Vol. 1, Sonetos, Porto, Imprensa Portugueza Editora, 1874
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