Lisboa, Maluda 1966. Imagem: maluda.eu |
Pois, de facto, o espaço infinito abriga átomos e partículas subatómicas que se relacionam, congregam, interagem, estabelecendo afinidades, co valências, ligações, tensões, distanciamentos e proximidades, refazendo mundos dentro duma certa arquitectónica em que a matéria (ou a matéria/espírito) se comporta e organiza de acordo com leis que ficam muito além das formulações teóricas conhecidas.
Tejo 16, Maluda, 1971. Imagem: maluda.eu |
Será então pertinente dizer que o Universo – ao mesmo tempo conservador e auto-transformador – contém um ADN matricial cujas peças, repetitivas, não impedem que a estrutura geral e o rigor filético fundamental, que criam a unidade e diversidade da Vida, se enriqueçam.
Lisboa 33, Maluda, 1987. Imagem: maluda.eu |
Esta teleologia, que associo aos conceitos de ontogénese (J. Monod) e de cosmogénese (P.T. Chardin), não será estranha ao sentido e conteúdo de algumas das propostas “geometrizantes” que podemos encontrar na Arte contemporânea.
Tejo 10, Maluda, 1985. Imagem: maluda.eu |
Simetria, simplificação formal, esquematização, etc, são atributos relevantes do processo geométrico.
Tejo 11, Maluda, 1985. Imagem: maluda.eu |
Segundo certos autores, esta tendência terá como recurso consciente a partir das antiguidades Egípcia e Mesopotâmica.
Lisboa, Maluda. Imagem: maluda.eu |
Surgia da necessidade de compatibilizar o carácter fugaz e complexo da actividade humana que crescia em planos, motivos e categorias simbólicas – com a representação simples e durável dessa actividade.
Lisboa 43, Maluda, 1992. Imagem: maluda.eu |
Quando o cubismo se insinuava no estilo de alguns quadros de Cézanne, os elementos simplificados que o pintor fixava nas suas composições conferiam o poder da síntese e da essencialidade.
Lisboa 26, Maluda, 1983. Imagem: maluda.eu |
Mais tarde, e até aos nossos dias, a componente geométrica é encontrada numa larga panóplia de criadores pictóricos: Robert Delaunay, Mondrian, Malevich, Picasso, Arp, Ben Nicholson, Egil Jacobsen, Vieira da Silva, Vasarely, Kidner, Noland, e tantos outros.
Tejo 06, Maluda, 1975. Imagem: maluda.eu |
Tais artistas representam várias correntes da Arte Moderna, desde o Raionismo ao Suprematismo, desde os Cubismos às Abstrações geométicas e à Op-arte. (1)
(1) Geometria de Maluda: Uma alma fascinada pelas formas, extracto da introducção da entrevista de Hugo Beja a Maluda, publicada na revista Galeria de Arte (Nº 5, Ano 2, Junho/Agosto de 1996)
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