domingo, 19 de maio de 2019

Dornier Do X1 no areal do Alfeite em janeiro de 1931

Para apresentar o avião ao potencial mercado dos Estados Unidos o Do X descolou de Friedrichshafen na Alemanha a 3 de novembro de 1930, sob o comando de Friedrich Christiansen, para um voo de teste transatlântico até Nova Iorque.

Dornier X no areal do Alfeite para limpeza em Janeiro de 1931, aquando da passagem por Lisboa...
Museu de Marinha

A rota levou o Do X à Holanda, Inglaterra, França, Espanha, e Portugal. A viagem foi interrompida em Lisboa a 29 de novembro, quando um oleado entrou em contacto com um tubo de escape quente e começou a arder, consumindo a maior parte da asa esquerda.

Dornier X frente ao Mosteiro dos Jerónimos.
Vela de bombordo do Dornier DoX na sequência do fogo ocorrido quando o aparelho estava atracado em Lisboa em 29 de novembro de 1930.
age fotostock

Depois de ter estado parado no porto de Lisboa durante seis semanas, enquanto novas peças foram fabricadas e os danos reparados, o hidroavião continuou (com posteriores adversidades e atrasos) pela costa ocidental de África e a 5 de junho de 1931 chegou às ilhas de Cabo Verde, donde cruzou o oceano até Natal no Brasil [...] (1)

Hidrovião DO X1 na baía de Alfeite perto de Lisboa, Portugal:
Escadas até a fuselagem, levantadas na popa; Vista oblíqua de trás para a porta.
Flugschiff DO X1 in der Bucht von Alfeite bei Lissabon

A aeronave tinha 41 metros de comprimento por 48 metros de envergadura e 10 metros de altura. Possuía doze motores radiais Bristol Jupiter, fabricados sob licença pela Siemens, com 524 HP cada um, montados em tandem em seis naceles duplas, tendo, assim, seis hélices tratoras e seis hélices impulsoras. 

Hidrovião DO X1 na Baía de Alfeite em Lisboa, Portugal:
Vista de homens e meninos indígenas.
Flugschiff DO X1 in der Bucht von Alfeite bei Lissabon

A fuselagem era em duralumínio, e as asas, com uma superfície de 450 metros quadrados, possuíam estrutura em alumínio e aço, revestidas em tela pintada em cor alumínio. 

Hidrovião DO X 1 na baía de Alfeite perto de Lisboa, Portugal:
trabalhador esfregando e escovando o casco a bombordo, homens de pé ao redor com boina de marinheiro...
Flugschiff DO X1 in der Bucht von Alfeite bei Lissabon



O peso máximo de descolagem era de 56 toneladas, e a velocidade de cruzeiro era de 109 MPH. Tinha capacidade para 66 passageiros com todo o conforto, em voos transoceânicos, ou até 100, em distâncias mais curtas.

 

Tendo os primeiros voos demonstrado que os motores Jupiter, refrigerados a ar, tendiam a superaquecer e não conseguiam erguer a aeronave além de 1.400 pés em velocidade de cruzeiro, altitude insuficiente para realizar voos através do oceano Atlântico, a partir de 1930, a Dornier substituiu-os por 12 motores americanos "Curtiss Conqueror", de 12 cilindros em "V" e refrigerados a líquido, eliminando assim os problemas de superaquecimento. 


Com 610 HP cada um, esses motores podiam fazer o avião alçar-se a 1650 pés, suficiente para cruzar o Atlântico com segurança. (2)


(1) Wikipedia (en)
(2) Wikipédia (pt)

Mais informação:
1929-1932 The Dornier Do-X
A flight aboard the DoX - 1930 (youtube)
Delcampe

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