As burricadas na "Outra Banda" eram bem conhecidas dos lisboetas, pelo seu ambiente típico e folgazão, pois nos vários percursos proliferavam os retiros de "comes e bebes", onde se cantava o fado e, de vez em quando, se armava zaragata ...
[Cova da Piedade], Uma Burricada, ed. Paulo Emílio Guedes & Saraiva, 14, década de 1900. Imagem: Delcampe, Bosspostcard |
Defronte do "break" (do lado direito) situava-se o famoso Retiro ou Adega dos Frades, também conhecido (no início do século) por taberna e casa de pasto do João Guerreiro.
Os burros entravam no pátio com telheiro e os cavaleiros (na sua maioria, alfacinhas) iam beber uns copos de vinho ou comer qualquer coisa.
Ironicamente, os burros quando se sentiam sem o peso dos cavaleiros, na maioria dos casos, tomavam sozinhos o caminho de Cacilhas (pela estrada da Mutela), à procura dos seus "burriqueiros".
Uma burricada de Cacilhas à Cova da Piedade chegou a custar 120 réis.
Os passeios em caleches, chegaram a custar 120 réis de Cacilhas para Almada, e 500 réis de Cacilhas para a Cova da Piedade, podendo-se ir até ao portão do Alfeite.
As pessoas mais abonadas serviam-se de caleches.
Outras pessoas, vindas de Lisboa, alugavam um carro até à Cova da Piedade por 100 réis, visto que o mesmo levava 5 passageiros. (1)
(1) Flores, Alexandre M., Almada antiga e moderna, roteiro iconográfico, Freguesia da Cova da Piedade, Almada, Câmara Municipal de Almada, 1990, 318 págs.
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