Membro de uma reconhecida família de fotógrafos portugueses com actividade em Lisboa desde o último quartel do século XIX, filho do retratista Júlio Novais (1867 - 1925), sobrinho de António Novais (1855 - 1940) e irmão de Horácio Novais (1910 - 1988).
Cacilhas, largo do Costa Pinto, Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Inicia a sua actividade profissional, no início da década de 1920, como retratista na "Fotografia Vasquez". Participa no I Salão dos Independentes (1930).
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Em 1933, monta o seu próprio estúdio, o "Estúdio Novaes", em actividade durante 50 anos, tendo ficado ligado à temática de foto-reportagem, fotografia publicitária, comercial e industrial e ainda à fotografia de obras de arte e arquitectura (área em que se especializou), trabalhando com diversos organismos estatais e instituições particulares.
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
É responsável pela produção das mais importantes coberturas fotográficas de manifestações culturais e artísticas em Portugal e no estrangeiro. Integra o grupo de artistas seleccionados por António Ferro para a elaboração dos álbuns fotográficos Portugal 1934 e Portugal 1940.
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Participa na Exposição Internacional de Paris (1937) com a introdução no circuito expositivo de ampliações de imagens de arquitectura e edição de uma série de postais, intitulada "Coutumes Portugais", representação dos usos e costumes de um povo individualizado em cada um dos rostos captados, na Exposição Internacional de Nova Iorque (1939) e na Exposição de Arte Portuguesa (Londres, 1955).
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Colaborou em diversos periódicos, como a Ilustração Portuguesa, para a qual, na década de 1920, faz a cobertura de acontecimentos políticos, culturais, comerciais e desportivos e como a revista Panorama, já nos anos de 1940.
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Colabora na publicação Vida e Arte do Povo Português, realizada no âmbito das Comemorações dos Centenários, da autoria de Francisco Lage e Luís Chaves.
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
O Museu de Arte Popular reúne um valioso espólio documental com obras de sua autoria, expostas nas diversas exposições organizadas pelo S.P.N./S.N.I. (1)
Cacilhas, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, 1946. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
O espólio de Mário Novais, retratista e mais tarde excelente fotógrafo de arquitectura e obras de arte, foi em 1985 adquirido pela Fundação Gulbenkian e confiado ao seu Arquivo de Arte. (2)
Cacilhas, cacilheiro, Mário Novais, década de 1940. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Como refere Luis Pavão, responsável pelo tratamento e arquivo da colecção, esta chegou ao Arquivo de Arte da Fundação, e aí permaneceu durante dois anos, tendo sido abertas apenas algumas caixas com o intuito de inspecção.
Nessas inspecções detectou-se a presença de negativos em nitrato de celulose, material altamente inflamável. Conscientes então do perigo que esta quantidade de material fechado numa sala sem climatização poderia causar, levaram a Fundação, no início de 1990, a por em marcha todo um processo de tratamento.
Mário Novais, por António Sena da Silva, 1960. Imagem: MNAC (museu do Chiado) |
A digitalização da colecção, que agora podemos consultar via computador, foi logo pensada de início, e se à época o modo digital era quase uma ficção, hoje é o sistema adoptado e vulgarizado nos arquivos. (3)
(1) Museu de Arte Popular
(2) Alexandre Pomar
(3) SAISDEPRATA-E-PIXELS
Informação adicional:
Wikipédia
Estúdo Mário Novais no Flickr
2 comentários:
bela homenagem a um grande fotógrafo e à nossa Cacilhas.
Verdade Luís, fotografia com espaços para o leitor
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