Costa da Caparica, Bairro de Santo António e Foz do Tejo, ed. Passaporte, 2, década de 1960. Imagem: Delcampe, Oliveira |
A mata representa, no seu estado actual, um dos grandes atractivos da Trafaria e da Costa de Caparica.
Uma certa parte dela está ocupada pela organização da FNAT.
Costa da Caparica, Entrada principal para a FNAT, ed. Passaporte, 88, década de 1960. Imagem: Delcampe |
Veja-se agora a obra magnífica social e turística.
Contemple do alto da curva da estrada para os Capuchos a vastidão da praia — a maior da Península, o veja ao Norte a F. N. A. T. ("Um lugar ao Sol"), notável realização portuguesa.
O Restaurante Vitória parece um brinquedo de criança.
Costa da Caparica, Entrada ao refeitório da FNAT, ed. Passaporte, 45, década de 1960.
Imagem: Delcampe
Como tudo isto é lindo!
Com o novo plano de urbanização, esta zona será em um futuro muito próximo, uma das melhores regiões do país, onde qualquer turista exigente, pode não só vir passar a época balnear como fixar residência.
in Correia, António, Roteiro da Praia do Sol, Jornal Praia do Sol, 1950.
Várias outras organizações semelhantes pedem constantemente ao Governo uma concessão de terreno na mesma mata, afim de instalar ali colónias de férias ou casas de repouso.
Não há dúvida que viver nesta mata seja muito agradável.
Mas não devemos esquecer o seguinte: se estas licenças forem concedidas, a mata encontrar-se-ia, muito em breve, dividida em pedaços e quase completamente cheia por construções (ainda bem se as árvores não se estragassem!).
Federação Nacional para a Alegria no Trabalho (F.N.A.T.). Costa da Caparica, aspecto do almoço dos trabalhadores dos Sindicatos Nacionais, 1937. Imagem: Arquivo Nacional Torre do Tombo |
Isto quer dizer que ela deixaria de existir como passeio público, com grande prejuízo da Costa de Caparica, da Trafaria e dos habitantes de Lisboa.
Costa da Caparica, Alameda de Santo António, ed. Passaporte, 25, década de 1960 Imagem: Delcampe, Oliveira |
Foi à margem da Estrada Nacional Nº. 10 – 1ª, entre esta estrada e a encosta abrupta do planalto, que foi construído o loteamento que tem o nome de Quinta de Sto. António, pois que ocupa as terras desta quinta.
Costa da Caparica, ed. Lif, 07, Quinta de Santo António, década de 1940. Imagem: Delcampe |
Este sítio não possui muitos atractivos na época de Verão, ficando um pouco encaixado entre a mata e a encosta o que o torna muito quente por causa disso.
Somente a proximidade da mata, que se estendo do lado oposto da estrada, lhe dá algumas vantagens.
Pelo contrário, este cantinho é muito bom para uma estação de Inverno, sendo protegido pela mata contra as intempéries do Oceano; muitas famílias de Lisboa, pertencentes à classe média, procuram viver aí durante o Inverno, por razões de saúde.
Costa da Caparica, Vista geral do Bairro de Santo António e Caparica, ed. Passaporte, 74, década de 1960. Imagem: |
Ora, este talhamento foi feito e construído de uma maneira comercial, é muito denso e mal arranjado, sem qualquer compreensão dos princípios do urbanismo, o que o torna um bairro desagradável. (1)
Prefere construir em Santo António?
— Pois muito bem. Tome nota dos empreiteiros dignos do maior credito, que o servirão escrupulosamente; além do já indicado tem Júlio Cardozo, na Quinta de St.° António; José António Margaça e Júlio Oliveira, nas ruas 12 e Capitão Ribeiro de Cruz, na Costa da Caparica, e ainda Josias Nazaré da Encarnação, Rua Barros de Castro.
Com materiais para construção também não se preocupe. pois encontra bastante no concelho por onde escolher. Veja:
— Estância de madeiras de João Álvaro Pereira & Filhos, na Rua 10 (telefone P. S. 15), com todos os maquinismos modernos; Sociedade Comercial de Mosaicos, Ltd.a, Quinta de S. Sebastião (Andorinhas) Almada; Casa Artur, Rua Capitão Leitão também em Almada; Manuel Carvalho Rosa, no Monte de Caparica; Mecânica Piedense, Rua António José Gomes (telefone Almada 79) e Mecânica Piedense, Ltd.a, Rua Manuel Ferreiro [sic] (telefone Almada 182).
in Correia, António, Op. Cit.
(1) Gröer, Etienne de, Plano de Urbanização do Concelho de Almada, PUCA, Análise e Programa, Relatório, 1946, mencionado em Anais de Almada, 7-8 (2004-2005), pp. 151-236.
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