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Cacilhas, Lisboa vista de Cacilhas, ed. Postalfoto, 468, década de 1950. Imagem: Delcampe |
As carrocerias em alumínio foram construídas pela empresa em oficinas próprias, na Trafaria. O material utilizado foi em grande parte fornecido pela Aluminium Union, Ltd., da Grã-Bretanha, e o diretor e gerente geral, sr. Agostinho Ramos Munhá, está satisfeito com os resultados.
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Cacilhas, autocarro Volvo, viatura 24 ou 26 da da Empresa de Camionetes Piedense, largo do Costa Pinto (detalhe), Mário Novais, c. 1947. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
As taxas de consumo de combustível dos veículos são baixas e uma grande poupança é feita em direitos de importação.
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Versatilidade do chassis Berliet PCK 8 adaptável a diferentes carrocerias. Imagem: Bus America |
As carrocerias apresentam-se sem pintura, e têm-se revelado particularmente fáceis de limpar e manter.
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Cacilhas, comemorações do centenário da Incrível Almadense, Júlio Dinis, Outubro de 1948. Em segundo plano, autocarros com cabine recuada e, outros, com a volumetria do motor integrada no habitáculo. Imagem: Museu da Cidade de Almada |
As grandes janelas curvas, à frente e atrás, e as portas de dobrar são características do design. O sistema de entrada de passageiros pela traseira e saída pela frente, com o sistema de portas dobráveis, operadas manualmente, é generalizado em Portugal.
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Trafaria, paragem de autocarros, Mário Novais, década de 1940. Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian |
Os interiores são revestidos a alumínio natural, com estofos em vermelho. As janelas são de correr, de manuseamento rápido, com cortinas, e as luzes do teto têm painel antirreflexo. As camionetes têm instalado um relógio e um aparelho de rádio porque também são usadas em serviços interurbanos e de turismo.
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Berliet PCK 7, autocarro com carroceria do fabricante. Imagem: Delcampe |
Acima do lugar do motorista está um espelho à largura total que lhe dá uma visão completa do interior e, a seu lado, está disponível um assento especial para funcionários da empresa e da polícia, que são transportados gratuitamente.
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Berliet PCR 10, interurbano com carroceria do fabricante. Imagem: Delcampe |
São transportados pelos veículos mercadorias, correio e passageiros. As mercadorias são transportadas no tejadilho [...] Na parte traseira do veículo, do lado de fora, há uma caixa de correio [...]
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Berliet PCK, viatura 29 da Empresa de Camionetes Piedense, c. 1952. Imagem: Publi Transport in Portugal |
Muitos passageiros obtêm os seus bilhetes nos escritórios da empresa antes do embarque.
Às 62.000 milhas cada veículo é sujeito a uma inspeção geral e revisões pontuais são efetuadas nos intervalos de 42.000, 36.000 e 30.000 milhas. Duas grandes manutenções são feitas a cada mês, de maneira que nenhuma das camionetes trabalha mais de dois anos sem uma revisão completa.
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Berliet PCK, viatura 29 da Empresa de Camionetes Piedense, década de 1950. Imagem: José Luis Covita |
As bombas de combustível são recalibrados numa máquina inventada por um empregado da empresa. O seu sucesso é tal que é frequentemente emprestada aos operadores de Lisboa.
Uma nova área de desenvolvimento da empresa é a construção de alguns atrelados de 16 lugares, que serão rebocados por pequenas unidades de tração, para o serviço de curta distância a partir do terminal na Costa da Caparica até à praia, que se está a tornar uma estância de fim de semana favorita dos lisbonenses.
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Costa da Caparica, Almada, Largo Comandante Sá Linhares, ed. Passaporte, 08, década de 1950. Imagem: |
Além das carreiras regulares, são também efetuados oito serviços de longa distância pelo sul e centro de Portugal. Estes serviços abrangem uma rota total de 1.020 milhas.
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Cacilhas, Berliet PCR, viatura 31 (?) da Empresa de Camionetes Piedense, c. 1952. Imagem: Publi Transport in Portugal |
No total, 2 milhões de passageiros são transportados pela empresa em cada ano e os veículos cobrem 21 milhões de milhas.
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Cacilhas, autocarro Berliet da Empresa de Camionetes Piedense, com o pára brisas em lanterna. Imagem: José Luis Covita |
Embora a qualidade dos veículos britânicos seja admirada pelo diretor geral, o mesmo acredita que, por causa do seu preço, não é atualmente possível a compra de veículos britânicos.
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Cacilhas, autocarro Berliet, viatura 53 da Empresa de Camionetes Piedense. Imagem: José Luis Covita |
Os veículos franceses e suecos sempre prestaram um excelente serviço. (1)
(1) Commercial Motor (Archive), Publi Transport in Portugal, 31 de outubro 1952, pág. 41
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Uma empresa que se impõe
Bibliografia:
Covita, José Luis Gonçalves, História da Camionagem no Concelho de Almada, Almada, Câmara Municipal de Almada, 2004